4 de agosto de 2010
Como um cão com seu osso
Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
Caio Fernando Abreu
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Caio Fernando Abreu é intenso, humano e exagerado em sua escrita. E fala por muitos em sua escrita.
ResponderExcluir