21 de abril de 2010

tenho uma grande sensação de que há um grito em minha garganta


Meus olhos querem seguir pelas calçadas. Quem sabe atrás de uma prenda do destino? O destino gosta de ser misterioso comigo. O destino deu-me tempo para não fazer o que eu não quero.
Nesta tarde nublada, nem sei por que já começo a chorar. Choro. Agora. Agorinha mesmo, juro. Neste instante em que as palavras não são escritas com tinta de nenhuma caneta de pena, em que as palavras são teclas de um computador, que é então o meu melhor amigo. Sou tão sozinha nestas tardes. Não tem como mostrar com palavras a dor de minhas lágrimas sozinhas, silenciosas. Mesmo que, de vez em quando, soluçantes, ninguém me escuta, ninguém me vê. Tenho uma grande sensação de que há um grito em minha garganta. Mas é só sensação, pois ele não sai. Eu abro a boca e de minha garganta vermelha de tanto cigarro não vem nenhum ‘ai’. Parei de chorar. Mas se pensar que parei e pensar mais um pouco, posso voltar a chorar. E sem palavras para descrever minha dor, desisto de tentar.

F. Young

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